quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Meu canto ficou preso dentro do meu peito
e eu estive preso, acorrentado ao meu leito,
mas no meio do Caminho tu vieste me resgatar,
colocaste em meus lábios um canto novo
e agora canto feito sabiá.
De vez em sempre, vôo pelo teu olhar.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Menino de rua

Menino de rua
de frente para a sua
maior tristeza.

Menino de rua
convive com a lua,
sem nada na mesa.

Menino de rua
às vezes atua
com tanta frieza.

Menino de rua
que talvez possua
em seu peito a dureza.

Menino de rua
não fica na rua,
tens tanta beleza.

Menino de rua,
tens a alma nua 
de toda avareza.

Menino de rua
teu olhar insinua
a tua grandeza.

Menino de rua
não substitua
a tua pureza.

Menino de rua
perdão se sou tua
maior incerteza.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Unidos

Meu olhar perdido estava
e então encontrou com o teu.
Tu já bem me esperavas
e em um simples olhar, tornei-me teu.

Admirar-te, para mim, não foi o bastante
e quis viver contigo mais do que um simples instante.
Ao sentir o teu toque o meu coração pulsou mais forte
e meu dia se encheu de luz, a dos teus olhos.

Pude sentir em teu abraço conforto e paz
e desejei deixá-lo nunca mais.
Vejo em ti uma luz vinda dos céus
que reflete nos olhos teus.

És minha preciosa,
a flor mais formosa.
Minha menina, enviada por Deus.

Juntos estaremos em harmonia com o Criador,
semeando vida, vivendo a Verdade
e unidos em amor.

domingo, 10 de agosto de 2014

Encontro

Vi hoje um passarinho
que me fez sorrir bastante.
Era tão pequenininho
e estava tão distante.
Voou por entre as nuvens 
e pousou no meu quintal.
Tinha um canto tão bonito.
Era lindo, eu admito!
Tinha os olhos como de cristal.
Novamente ele voou
e sozinho me deixou.
E amanhã se ao quintal eu voltar,
ouvirei novamente o passarinho cantar.
Era um belo de um canto!

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Descartável

Jogou-me fora
na lata do lixo.
Andei por ai a fora
como se fosse um bicho.
Eu quis ser amado,
amar e ser cuidado.
Perdi as estribeiras
e agora me vejo à beira 
de um penhasco qualquer.
Atiro-me ou não?
Que difícil decisão.
Decida por mim,
por favor.
E jogue-me fora,
penhasco a fora.
Adeus, meu amor.
Estou indo embora.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Deixado

Deixado
de lado
ficou
o meu
coração.
Cercado,
partido,
deixei
o teu
coração.
Fiquei
pelas ruas
andando
calado.
Olhei 
para  a lua.
O peito
apertado.
Chorei
e lembrei
de ti,
meu amor.
Dormi
pela relva.
Na selva.
Deixado.

Por ruas com cheiro de uva!

Hoje eu queria ter uma bicicleta,
por alguns instantes  deixar de ser poeta
e fazer poesia pelas ruas.
Divido minhas alegrias e as faço tuas.

Hoje o tempo está com cheiro de chuva.
Se chover, vou deixar molhar.
E por ruas com cheiro de uva,
ficarei até o sol raiar.

Se o sentido da vida é viver,
então me explica por que entristecer?
Se a alegria vive dentro da gente,
então por que semear uma má semente?

Deixa a alegria brotar e florescer.
Corta a raiz da mágoa e libera o perdão
e descubra o mundo como quem vem de nascer.
Sinta o cheiro da uva e perfume o coração.

E o poema pode parecer loucura,
mas na poesia a realidade some ou se transfigura.
Meu pedaço de chão vira um castelo
e o que era feio, na poesia, se torna belo.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Olhos de céu

Diga-me.
Fala-me de ti.
Mostra-me tua face.
Levanta o teu olhar...
Percebes que atrás das nuvens  o céu ainda é azul?
Consegues enxergar a imensidão deste céu
que em teu olhos se torna um pouco maior?
Eu sei que não... Eu sei.
A cada dia que passa torna-se mais imperceptível
toda essa i-m-e-n-s-i-d-ã-o.
E atrás de tudo isso
o céu ainda é azul.